Gerir pessoas não tem fórmula mágica, mas se aprende
Quando conduzimos equipes, nosso primeiro olhar deve ser para a famosa “Estratégia”. Ela vai guiar a cultura. Não existe time forte com cultura fraca, cultura definida e forte dá ritmo ao jogo.
Essa força se constrói no dia a dia, nas agendas importantes e descartáveis, na estruturação das prioridades, no tom das decisões, no que é comemorado e no que não é. O que vira crise e o que vai para de baixo do tapete. Rotina constrói cultura. Não se constrói nem se transforma cultura com grandes eventos pontuais, o movimento está no pequeno e constante.
Mas Juliana, de forma prática, como construir uma cultura de excelência? Bom, sob o meu ponto de vista como Psicóloga organizacional e do trabalho, uma das principais dicas é a espontaneidade dos gestores e líderes. Formalidade afasta, espontaneidade aproxima. O ser humano se sente bem em contextos em que pode ser natural. Conversar com alguém que está sendo verdadeiro trás a sensação de confiança. As organizações mais eficientes entendem isso.
Mas entenda, espontaneidade não é sinônimo de vulgaridade ou inadequação. O foco é na verdade e clareza, conseguindo se conectar aos interesses coletivos, não somente individuais do líder.
Conectar os interesses coletivos é sonhar junto. É saber conversar sobre carreira. Conversar sobre perspectivas, cenários, hipóteses e objetivos. Ser humano se conecta com o que conhece. Ser humano só confia em quem está conectado. Quanto mais distante, maiores as interpretações e as fantasias mentais. Isso gera o ciclo de conexão – alinhamento – feedback – inspiração.
A caminhada não é linear e não existe fórmula perfeita. Não existe o guru mágico que vai te dar o manual mágico. Não é assim que funciona. Não somos máquinas. Não somos tão previsíveis. Não fazemos download de informações. Há diferenças significativas entre aprendizagem de máquinas e aprendizagem de humanos. Por mais racionais que uma pessoa possa ser, ela é inundada de emoções e complexidades.
Quem conduz bem pessoas é porque entende isso, porque sabe lidar com a imprevisibilidade, porque consegue encontrar coerência na sua identidade e na condução dos seus negócios. Líder bom não despreza nem razão nem emoção, conecta, alinha, enfrenta e segue. Aguenta a rejeição, consegue se expor, consegue aprender com erros, foca mais nos resultados do que na sua vaidade, e mais uma vez, segue em frente.
A cultura da sua corporação vai ser guiada nessa constância e seu time também, aí sim a 'magica' da cultura forte e das pessoas conectadas, tem chance de acontecer.